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Agricultura

Aberta Expointer 2017

Aberta Expointer 2017
Foto: Daniela Barcellos/ Palácio Piratini
  • 26/08/2017 - 21:21
Os nove dias da Expointer deverão ser marcados mais por debates sobre os rumos do setor agrícola e da economia do país do que pelo volume de vendas. O cenário é de cautela em razão da dificuldade econômica que, mesmo em menor intensidade, vem adentrando as porteiras. A expectativa dos negócios é manter média similar ou ficar pouco acima de 2016, que fechou em R$ 1,92 bilhão.
— A crise chegou ao agronegócio e os produtores estão endividados. Este ano deve ser melhor do que 2016, mas não como 2013, que foi uma edição excelente comercialmente. Mas não bater recordes não significa que é ruim — projeta Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul. 
Até porque, segundo ele, o que está sendo exposto na Expointer pode não vender na hora, mas no horizonte de médio prazo.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, faz avaliação mais otimista:
— Trabalhamos com aumento entre 5% e 10%, porque tivemos uma safra maravilhosa de grãos. Poderia ser um índice ainda maior, mas os preços das commodities estão abaixo do que gostaríamos — avalia Bier, complementando que um dos diferenciais da Expointer são as novidades tecnológicas, que despertam a atenção do público.
Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), destaca que as vendas de máquinas agrícolas cresceram 17,1% nos primeiros sete meses de 2017, se comparadas ao mesmo período do ano passado, o que deve frear as quedas anuais de vendas registradas a partir de 2014. Para o executivo, eventos de grande porte são fundamentais para a continuidade dos bons negócios.
— Exposições da magnitude da Expointer, uma das mais relevantes no Brasil, são essenciais para alavancar a confiança e despertar o interesse dos investidores e produtores rurais. É uma excelente oportunidade para que eles tenham acesso aos produtos mais modernos, tecnológicos e eficientes disponíveis no mercado — ressalta Miguel Neto.
O otimismo da indústria contrasta com a cautela no campo. O economista da Farsul ressalta que é preciso cuidado na hora de adquirir novas máquinas e equipamentos. Se por um lado, as pessoas não devem deixar de investir, por outro, Luz aconselha que o produtor não compre uma máquina maior do que o necessário apenas porque o juro está baixo:
— Em outras edições, o volume de compra foi alto, até com incentivos do governo, mas isso não corresponde à expectativa de longo prazo. 
O superintendente estadual do Banco do Brasil, Edson Bündchen, garante que os juros, no geral, não tiveram alterações significativas em relação a 2016 e que há um baixo índice de devedores no agronegócio — em torno de 1,17% com atrasos superiores a três meses. Por essa e outras razões — como a retomada da confiança na economia e o arrefecimento da crise, segundo ele _ as vendas na Expointer devem ser positivas:
— Temos uma meta de R$ 800 milhões em crédito (em 2016 foram R$ 600 milhões). Não poderemos liberar todo esse montante na hora, até por questões cadastrais. Mas temos linhas para auxiliar do micro ao grande produtor. Não faltará recurso para o campo.
Expointer 2017
A 40ª Expointer tem 3.207 animais de argola, de 88 raças, inscritos nas competições, além de 1.437 rústicos. Excluindo pássaros e aves, impossibilitados de participar devido à gripe aviária, o número se manteve estável em relação a 2016.
A 19ª Feira da Agricultura Familiar conta com 201 empreendimentos dispostos em 198 espaços e mais quatro cozinhas. São 145 agroindústrias familiares, 47 artesanatos rurais, plantas e flores. Ao todo, a mostra envolve 1.340 famílias de 131 municípios gaúchos. A feira terá também seis expositores de Minas Gerais.
O pavilhão valoriza agroindústrias gaúchas incluídas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), em parceria com o governo federal e as conveniadas Emater, Fetag, Fetraf e Via Campesina.
Os ingressos estão disponíveis nas bilheterias dos portões 2, 5 e 6. Pedestres pagam R$ 13. Para estudantes e idosos, o valor é R$ 6, mediante apresentação de documento. Crianças de até 6 anos têmacesso livre. O estacionamento de veículos custa R$ 32 (com direito ao ingresso do motorista). A entrada de pedestres é pelos portões 2 e 6, e de veículos, pelo portão 15.
O Parque Assis Brasil tem 45,3 mil metros quadrados de pavilhões cobertos, 70 mil metros quadrados de área de exposição, nove espaços para leilões, auditórios e 19 locais para julgamentos. A estrutura conta também com 10 mil vagas de estacionamento, postos médicos, restaurantes, agências bancárias e internet.
 
Fonte: R