Brasil comemora o Dia do Perdão pela primeira vez

O Brasil celebra pela primeira vez, nesta quarta-feira (30), o Dia Nacional do Perdão. A data foi instituída pela Lei 13.473, sancionada neste ano, e será celebrada anualmente. O projeto, que deu origem à lei é de autoria da deputada Keiko Ota (PSB-SP), que teve o filho Ives Ota sequestrado e morto aos 8 anos. A deputada e o marido, Masataka Ota, decidiram perdoá-los.

Como perdoar bandidos que mataram friamente uma criança inocente e com uma vida toda pela frente? É justamente isso que Keiko. No dia 29 de Agosto de 1997, o filho dela, Ives Ota, foi seqüestrado por três homens em sua casa, em São Paulo. Ele foi morto com dois tiros, porque reconheceu um dos criminosos. Os seqüestradores faziam a segurança nas lojas de seu pai, sendo que dois deles eram Policiais Militares. Foram condenados a 43 anos de reclusão, mas cumpriram apenas seis e foram soltos com base no regime de progressão penal.

O casal perdoou os assassinos e fundou em setembro do mesmo ano o Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, uma ONG que tem o objetivo de lutar por uma sociedade pacífica, onde cada um se conscientize de que somente através do perdão a verdadeira paz se instala em sua vida. 

Keiko Ota e o marido passaram a oferecer apoio a outras famílias vítimas de violência por meio de palestras e da luta por paz, justiça e direitos humanos. Foi eleita deputada federal com mais de 213 mil votos e defende penas mais rigorosas para criminosos. É a autora da lei que criou o Dia Nacional do Perdão, comemorado em 30 de agosto, data em que seu filho morreu.

Para o psicólogo Rossandro Klinjey, autor do livro "As 5 faces do perdão", da editora Letramais, este é um dos sentimentos mais complexos e mais libertadores da alma humana. "O perdão tem o poder de nos libertar de emoções negativas", diz o autor.