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com PAULO MARQUES - Jornalista Reg. Prof. MTE-16408

Agricultura

Três de Maio está há 20 dias sem chuvas substanciais

Três de Maio está há 20 dias sem chuvas substanciais
Rossana Granel Copetti
  • 07/01/2020 - 13:21
A escassez de chuvas preocupa os produtores rurais do Rio Grande do Sul. Em Três de Maio a última precipitação significativa foi registrada no dia 21 de dezembro, conforme dados fornecidos pelo funcionário da Comercial Agrícola Manjabosco, Jonas Wolmuth, que monitora o índice pluviométrico local. De lá para cá houve apenas pancadas rápidas e alguns chuviscos. As lavouras de milho e soja estão sentindo os efeitos do déficit hídrico. 
De acordo com o agrônomo da Emater de Três de Maio, Fábio Carleck, a soja, considerada uma planta resistente, está em fase de desenvolvimento vegetativo e floração e ainda poderá reagir, mas terá seu potencial reduzido. Porém, trata-se de um cenário disforme, já que, dentro do município, há lavouras com seu potencial produtivo parcialmente comprometido devido ao déficit hídrico e outras sem danos em razão do desiquilíbrio da distribuição da chuva em dezembro. 
A chuva registrada ontem à noite por exemplo não chegou sequer a 2 milímetros, mas, ao menos, trouxe um refresco nas temperaturas que estavam muito altas, aliviando o forte calor que havia retornado à região nesta segunda-feira. 
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado, Luis Fernando Fucks, a colheita recorde superior a 19 milhões de toneladas não irá se confirmar por causa da aridez do solo.
Nas lavouras de milho, o tamanho do dano está relacionado ao mês de plantio. Agricultores que semearam em agosto, praticamente, não foram afetados, e muitos, inclusive, anteciparam a colheita para evitar perdas, enquanto os que plantaram em setembro e outubro, cujas lavouras estão em fase de enchimento de grãos, estão sofrendo perdas,
Além de prejudicar o cultivo de grãos, a estiagem começa a ser sentida também nas pastagens e hortaliças. Segundo o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, as raças criadas no RS são muito sensíveis ao estresse térmico e o desconforto causado pelo forte calor pode reduzir a produção das vacas.
A Secretaria Estadual da Agricultura se reuniu na tarde de ontem com a área técnica da Emater. O secretário em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, classificou a estiagem como a mais grave desde a safra 2011-2012 e anunciou a formação de um grupo para acompanhar seus desdobramentos. Dados consolidados devem ser apresentados até o fim da semana.
O deputado Heitor Schuch, que preside a Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, informou ao Ministério da Agricultura da estiagem no RS. O parlamentar também solicitou reunião emergencial da bancada gaúcha com entidades ligadas à agricultura para que o quadro do momento seja atualizado, além da definição de medidas emergenciais, um plano de infraestrutura que inclui ações preventivas, como a construção de açudes, barragens, sistemas de retenção da água e irrigação. 
 
Fonte: Reda