O uso, a comercialização e a produção do ingrediente ativo paraquate estão proibidos no Brasil a partir de hoje. As empresas titulares de registro deverão recolher os estoques do produto existentes em estabelecimentos comerciais e em poder dos agricultores em até 30 dias, segundo determina a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As informações são do jornal Correio do Povo.
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que monitora as vendas de agrotóxicos no Estado, fiscalizará o cumprimento das regras.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja/RS), Décio Teixeira, muitas propriedades rurais possuem o herbicida guardado, até porque fariam o uso do paraquate, principalmente em outubro, para dessecação de plantas daninhas antes do plantio da soja. Ele orienta os agricultores a deixarem de aplicar o agrotóxico a partir de agora para evitar penalidades, mas critica a decisão da Anvisa de banir o ingrediente ativo.
Teixeira reclama que o produtor terá que arcar com prejuízos por não poder usar o herbicida já adquirido. Segundo Teixeira, há alternativas, como o glufosinato e o glifosato, mas todas mais caras do que o Paraquate.
O paraquate estava em revisão desde 2008. E, em 2017, a Anvisa analisou evidências científicas e concluiu que o agrotóxico está associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson – condição neurológica degenerativa que provoca tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio – em quem o manipula. A agência deu 3 anos para a retirada gradual do produto do mercado.