A região de Bagé retorna à bandeira preta no primeiro mapa preliminar de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul em 2021. Depois de duas semanas com classificações mais brandas (vermelha e laranja, respectivamente), os municípios dessa área voltam a ser considerados como locais de risco epidemiológico altíssimo.
De acordo com o comunicado divulgado no site do governo estadual no início da noite desta sexta-feira (1º), a região retrocedeu à cor que corresponde a restrições mais rigorosas, nesta 35ª rodada de vigência do modelo, devido ao “resultado da combinação entre a piora no número de leitos livres e de pacientes com covid-19 na macrorregião Sul e ao fato de a região apresentar bandeira preta no indicador de hospitalizações para cada 100 mil habitantes”.
O mapa do distanciamento controlado é dividido em 21 regiões e sete macrorregiões. A região de Bagé está inserida na macrorregião Sul.
Isso acarreta o acionamento de uma nova regra, que envolve dois dos 11 indicadores analisados para a composição dos mapas, como foi exposto acima: o indicador 6, referente a hospitalizações para cada 100 mil habitantes da região, e o indicador 8, que diz respeito a leitos livres e leitos para pacientes com covid-19 na respectiva macrorregião. Quando determinada região apresentar elevada quantidade de novas internações de pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19 (observando-se o local de residência) e, ao mesmo tempo, estiver inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar, isso servirá de alerta aos técnicos que analisam os dados semanalmente.
O governo gaúcho argumenta que se trata de um “refinamento necessário” no modelo, uma vez que, quando a capacidade hospitalar está próximo de atingir o limite, os indicadores “velocidade de avanço” e “variação da capacidade de atendimento” são prejudicados — mesmo havendo demanda por leitos, essas vagas podem não ser preenchidas devido à lotação reservada para doentes com covid-19 nos hospitais. Trata-se, para a administração estadual, de um aprimoramento para melhor refletir a realidade e evitar o esgotamento de vagas no sistema de saúde.
A nova regra foi apresentada na tarde desta sexta-feira, e os envolvidos ainda tentavam traduzir os pormenores à imprensa depois de um feriado de intensa mobilização.
Geraldo Gomes, secretário de Saúde de Bagé, afirmou estar surpreso com a divulgação da bandeira preta, logo após uma semana de bandeira laranja. Relatou que aguardava com expectativa, inclusive, uma possível melhora na avaliação local.
– Difícil entender por que Bagé foi penalizada. Temos leitos de UTI e leitos clínicos sobrando. A população está consciente, não tem aglomeração. Restaurantes e comércio estão seguindo os protocolos – argumentou Gomes.
A equipe ainda está tentando entender as modificações, e uma contestação deverá ser apresentada. Os recursos podem ser ser enviados ao Piratini até as 7h deste domingo (3).
– Será um final de semana de trabalho – adiantou o secretário.
Em relação ao restante do Estado, 13 regiões ficaram em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto) e sete em bandeira laranja (risco médio). A versão definitiva do mapa será divulgada na próxima segunda-feira (4).
No último mapa definitivo do distanciamento controlado de 2020, divulgado em 28 de dezembro, o Palácio Piratini negou os recursos e manteve as 15 regiões previamente destacadas com bandeira vermelha (alto risco epidemiológico) na mesma classificação. As outras seis regiões receberam bandeira laranja (risco médio).
A nova regra
Estabelece bandeira vermelha se ambas as condições forem satisfeitas:
Regiões que apresentaram piora
De bandeira laranja para preta
De bandeira laranja para vermelha
Regiões que permanecem com a mesma bandeira anterior
Vermelha
Regiões que apresentaram melhora
De bandeira vermelha para laranja
Postado por Paulo Marques