A Emater/RS-Ascar calcula que o prejuízo financeiro nas lavouras de soja do Rio Grande do Sul na Safra de Verão 2021/2022 já chegue a R$ 27,8 bilhões. Os efeitos da estiagem severa que assola as regiões produtoras de grãos do Estado fizeram a produção estimada inicialmente, de 19,9 milhões de toneladas, encolher 43,8%, chegando na segunda semana de fevereiro em 11 milhões de toneladas do grão.
Na cultura do milho, a produção deve ser de 2,7 milhões de toneladas, uma redução de 54,7% em relação à estimativa inicial, de 6,1 milhões de toneladas, o que representa uma perda de R$ 5,2 bilhões.
Em Três de Maio as perdas nas lavouras são consideradas catastróficas. Somente na soja, cultura mais importante do município, o prejuízo calculado nos 20,7 mil hectares destinados a oleaginosa já chega a 79%. A estimativa antes do plantio era colher 57 sacas por hectare e agora a projeção é de apenas 11,66 sacas/hec. O montante do prejuízo é de R$ 172,690 milhões.
Conforme o chefe da unidade local da Emater/RS-Ascar, Leonardo Rustick, se somadas as três principais atividades agropecuárias de Três de Maio (soja, milho e leite) as perdas somam R$ 220 milhões. Valor que deixará de circular na economia do município.
- Nós já passamos por estiagens, mas com a intensidade desta, com tantos dias sem chuva, nunca havia acontecido antes – afirmou o técnico agrícola em entrevista à Rádio Colonial 94,7FM.
Rustick lembra que o cenário é ainda mais complicado em razão do preço pago pelo litro do leite aos produtores que praticamente empatam com o custo de produção.
Ele lembra ainda que com o passar dos dias sem chuvas regulares e volumosas os prejuízos tendem a aumentar.