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Léa Garcia deixa vasto legado e fãs em todo o país

Léa Garcia deixa vasto legado e fãs em todo o país
Instagram/Reprodução
  • 15/08/2023 - 19:25
  • Atualizado 15/08/2023 - 19:27

A atriz Léa Garcia deixou um vasto legado nas artes e fãs, em todo o país, que admiram o seu trabalho. Atores, pesquisadores, artistas, autoridades prestaram homenagens à atriz que morreu nesta terça-feira (15/08), aos 90 anos, em Gramado. Léa Garcia seria homenageada hoje na cidade com o troféu Oscarito, a mais tradicional honraria concedida, desde 1990, pelo Festival de Cinema de Gramado.

“O papel que Léo Garcia desempenhou na história da cultura brasileira, da cultura contemporânea, é simplesmente inominável”, diz o professor do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Inocencio. Ao lado de nomes como Ruth de Souza e Zezé Motta, Léa Garcia foi uma das primeiras atrizes negras da televisão brasileira.

“O que temos hoje, essa visibilidade que começa a acontecer na teledramaturgia brasileira e no cinema, isso é consequência de luta que vem de mais de 70 anos atrás”, destaca o professor.

A atriz nasceu em 11 de março de 1933 no Rio de Janeiro. Aos 16 anos, conheceu o Teatro Experimental Negro e ingressou na companhia liderada por Abdias Nascimento. Em 1952, estreou como atriz no Teatro Recreio, com o espetáculo Rapsódia Negra de Abdias Nascimento.

A lista dos trabalhos de Léa Garcia tanto no teatro quanto na televisão e no cinema é extensa e está registrada na página do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro). A atriz participou de filmes como Ganga Zumba e O Maior Amor do Mundo, ambos de Cacá Diegues, e Cruz e Sousa, Poeta do Desterro, de Sylvio Back. Em 1957, concorreu à Palma de Ouro, conquistando o segundo lugar no Festival de Cannes pela atuação como Serafina no filme Orfeu Negro, de Marcel Camus. Na televisão, atuou, por exemplo como Rosa em Escrava Isaura.

Assim como as obras, a lista de premiações e homenagens também é longa. Ela recebeu a medalha Pedro Ernesto da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em 1994; a medalha da Academia Brasileira de Letras; o Golfinho de Outro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e o Tatu de Prata de Melhor Atriz, em 2007; além da menção honrosa no Festival de Gramado de 2008 pela atuação em Hoje tem Ragu, de Raul LaBancca; e da homenagem no Festival de Cinema do Rio Grande do Norte de 2009, pela atuação no filme Dias Amargos, de Sílvio Coutinho.  

Em 2004, foi vencedora do prêmio Kikito de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado por Filhas do Vento, de Joel Zito Araújo, pelo qual recebeu também o prêmio de melhor atriz pelo júri popular.

 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil