Caminhoneiros de diversas regiões do país têm se articulado por meio de redes sociais e grupos de mensagens para dar início a uma greve geral a partir desta quinta-feira (04/12). O movimento, no entanto, não é unânime entre representantes da categoria.
Nesta terça-feira (02/12), Franco Dal Maro, conhecido como Chicão Caminhoneiro, da União Nacional dos Caminhoneiros, esteve em Brasília para protocolar na Presidência da República uma pauta de reivindicações e o anúncio da mobilização nacional em caso de não haver resposta.
“Estamos fazendo dentro da legalidade, protocolando na Presidência da República, conforme estabelece o direito de greve citado na Constituição brasileira”, diz Dal Maro em vídeo publicado em suas redes sociais logo após a entrega do documento.
Na ocasião, o representante da categoria foi acompanhado do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, pré-candidato ao Senado pelo Distrito Federal pelo partido Novo.
“Estamos aqui para dar apoio jurídico ao movimento e, mais tarde, daremos mais informações”, disse o desembargador. Mais cedo, ele havia agradecido Dal Maro por participar da mobilização. “Agradeço a confiança do movimento. Não só agora, mas em todo o desenrolar desse processo”, afirmou.
Chicão nega que a greve dos caminhoneiros tenha caráter partidário e pede aos participantes da paralisação, que haja “respeito às leis”. “Não podemos impedir o direito de ir e vir das pessoas, temos que respeitar toda a legislação que é imposta à categoria no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas”, afirmou.
No documento, segundo a Revista Oeste, estão listadas, entre as principais demandas da categoria:
Estabilidade contratual — com critérios objetivos tanto para a contratação quanto para a recusa de fretes;
Reestruturação do marco regulatório do transporte de cargas;
Regularização administrativa de motoristas autônomos que participaram de mobilizações anteriores;
Atualização do piso mínimo do frete, com atenção especial para veículos de nove eixos;
Congelamento das dívidas da categoria por 12 meses, seguido de possibilidade de refinanciamento em até 120 meses;
Aposentadoria especial para quem tiver 25 anos de atividade comprovada fiscalmente;
Linha de crédito de até R$ 200 mil — inclusive para caminhoneiros negativados
Isenção de IPI para renovação de frota;
Construção e ampliação de pontos de parada e descanso conforme previsto na Lei 13.103/2015;
Suspensão temporária da “Lei do Descanso” enquanto não existir infraestrutura adequada nas rodovias;
Criação de uma “Justiça do Transporte”, ou seja, um judiciário especializado para tratar de conflitos do setor;
Destinação de 30% das cargas de empresas estatais para caminhoneiros autônomos — com o argumento de ampliar a competitividade no mercado.
Desembargador que apoia movimento defende paralisação em prol da anistia
As informações são da Gazeta do Povo