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STUDIO 94

com JONATAN MAGUILA

Política

Perondi afirma que quem é contra a reforma da Previdência está defendendo privilégios e aposentadorias precoces

Perondi afirma que quem é contra a reforma da Previdência está defendendo privilégios e aposentadorias precoces
  • 31/03/2017 - 00:05
O deputado Darcíso Perondi (PMDB-RS) afirmou nesta quinta-feira (30), que se a proposta da reforma da Previdência não for aprovada pelo Congresso, o Brasil pode paralisar daqui a sete anos. Ele disse que não se trata de "chantagem”, mas da realidade do País.
“No ano passado, a Previdência Social teve um déficit de R$ 149,7 bilhões. Para este ano, a projeção é que o saldo negativo chegue a R$ 181 bilhões. Não fazer a reforma agora pode levar o Brasil a passar pela mesma situação vivida por países como Espanha, Grécia e Portugal. Esses países foram obrigados a reduzir o valor de aposentadorias e salários de servidores públicos”, alertou o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados em entrevista para a Rádio Colonial.
Durante a entrevista, a emissora oportunizou que ouvintes questionassem o deputado federal sobre as mudanças previstas na proposta de emenda à Constituição (PEC) 287/16, encaminhada ao Congresso Nacional, pelo Palácio do Planalto, em dezembro passado.
Perondi listou os dois principais motivos da reforma. Segundo ele, a população de idosos está aumentando em contrapartida à diminuição de jovens e crianças. “Daqui a 6 ou 7 anos, o Brasil passa a ter mais idosos do que jovens e em 20 anos haverá cerca de 40 milhões de idosos. A Previdência é um modelo solidário e de repartição, onde os mais novos pagam a aposentadoria dos idosos. E não há reserva, o dinheiro chega e é usado para pagar os benefícios. Se houver menos gente contribuindo e mais aposentados recebendo, a conta não fecha. Essa é a primeira razão da reforma”, disse.
O segundo motivo, segundo o parlamentar, é que o Brasil não fez a reforma antes e o prejuízo agora só aumenta. Como exemplo, citou que as aposentadorias do setor rural custam R$ 110 bilhões, enquanto o setor contribui com apenas R$ 10 bilhões. Na área urbana, o déficit chega a R$ 50 bilhões. Dos servidores públicos e militares, o déficit é de R$77 bilhões.
“No ano passado, o prejuízo da seguridade social foi de R$ 258 bilhões. A Previdência está pegando recursos de outras áreas para pagar os aposentados”, afirmou o deputado.
Perondi reconheceu, no entanto, que o governo ainda pode negociar regras diferentes para trabalhadores rurais. No entanto, ele ponderou que os agricultores hoje têm melhores condições de trabalho e também estão vivendo mais.
“Daqui 10 anos, se nada for feito, a despesa da Previdência será mais de R$ 100 bilhões acima do que ela seria em caso de aprovarmos a reforma. Para que se tenha uma ideia de como esse valor é alto, todo o gasto em saúde no ano de 2016 somou R$ 98 bilhões. Por isso, se a reforma não for aprovada, para se manter o limite de gastos, vai ser preciso cortar na saúde, na educação, na segurança, no saneamento básico. Será que vale a pena fazer todos esses cortes, e continuar permitindo que algumas as pessoas se aposentem aos 50 anos de idade? Manter aposentadorias especiais e de alto valor para servidores públicos e políticos?”, criticou o peemedebista.
De acordo com Darcísio Perondi, aqueles que são contra a reforma estão defendendo seus próprios interesses e as aposentadorias precoces de quem recebe altos salários. “Esse discurso de que vai prejudicar os pobres, é uma mentira para proteger os graúdos. A reforma acaba com aposentadorias precoces da elite do serviço público, que inclui os novos auditores, juízes e promotores, que provocam um rombo de R$ 164 bilhões por ano aos cofres públicos. Essas categorias, mais os novos deputados e senadores, ministros do Supremo Tribunal Federal e até o Presidente da República, vão ter que se aposentar com valores de até 10 salários mínimos (R$ 5.155,00), teto da previdência. Se quiserem receber mais, terão que fazer capitalização. Isso é uma quebra de privilégios poderosa. Eu estou pensando  no futuro do meu país”, afirmou.    
 
Fonte: Reda