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Agricultura

Anvisa vai reavaliar princípios ativos de agrotóxicos

Anvisa vai reavaliar princípios ativos de agrotóxicos
  • 26/08/2019 - 21:40
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira (26) que vai reavaliar o perfil toxicológico de ingredientes ativos que são base para agrotóxicos à venda no Brasil. O objetivo é conferir se existe potencial cancerígeno ou de alterações endócrinas e reprodutivas, entre outros riscos à saúde humana. As informações são do Portal G1.
O processo começa em dezembro, com o lançamento de um edital para que fabricantes entreguem estudos, e pode demorar até dois anos para cada ingrediente, diz a agência.
Ao fim da reavaliação, o item poderá ser banido do mercado brasileiro, passar a circular com restrições ou continuar sendo vendido normalmente, caso a conclusão seja de que não há riscos.
Segundo a Anvisa, a proibição de alguns desses ingredientes na União Europeia ou nos Estados Unidos não se motiva, necessariamente, por riscos à saúde. Motivos ambientais também podem estar envolvidos, acrescentou a agência.
A primeira substância a ser reavaliada será a Carbendazim, um fungicida, em relação a possíveis alterações no DNA humano, na formação de fetos e na reprodução humana em geral.
Até hoje, segundo a Anvisa, não existiam critérios claros para definir a lista de produtos a serem reavaliados, já que o registro de agrotóxicos no Brasil não tem prazo de validade, e a agência só fazia esse tipo de análise quando acionada, normalmente pelo Ministério Público.
Muitas vezes esses pedidos judiciais de reconsideração não eram feitos com base nos danos à saúde humana, o foco da Anvisa, disse a agência.
Atualmente três produtos estão em reavaliação pela agência. Entre eles, está o herbicida Glifosato, o agrotóxico mais vendido do mundo e descrito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como como um "provável causador" de câncer.
Além dele, estão sendo reavaliados o inseticida Abamectina e o fungicida Tiram.
- Pela primeira vez, a Anvisa cria um modelo para fazer reavaliações de agrotóxicos, que até hoje eram feitas com outras regras, como por exemplo as do Ministério Público, do Judiciário - explicou Renato Porto, diretor da agência.
Para ele, a reavaliação levará a uma redução do nível de toxicidade dos agrotóxicos no país, já que novos produtos só podem ser registrados num grau menor ou igual de aos que já existem.
Isso significa dizer que, se nós fizermos uma reavaliação adequada por critérios de saúde, nós vamos empurrando a classificação toxicológica pra baixo ao longo dos anos. Foi assim que foi feito em todos os países do mundo - completou.

 

Fonte: Portal G1