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com PAULO MARQUES - Jornalista Reg. Prof. MTE-16408

Agricultura

Conseleite divulga valor de referência do leite projetado para o RS em junho

Conseleite divulga valor de referência do leite projetado para o RS em junho
Reprodução/Conseleite
  • 22/06/2022 - 21:41

O valor de referência do leite projetado para o Rio Grande do Sul em junho é de R$ 2,6551 o litro. O indicador – que considera apenas os primeiros dez dias do mês – foi divulgado pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite) nesta terça-feira (21/06).

Segundo o coordenador do Conseleite, Eugênio Zanetti, a projeção reflete o momento de entressafra do leite no Sul do Brasil e a elevação de custos de produção no campo e na indústria, principalmente em função do reajuste de itens como o óleo diesel, o frete, as embalagens, e do próprio milho utilizado na ração do gado. “Os preços tiveram uma reposição necessária para garantir a rentabilidade da atividade leiteira”, ponderou.

O momento, alertou ele, é de estreitar o diálogo com o governo para tentar encontrar um ponto de equilíbrio. Nos últimos meses, o setor lácteo vem enfrentando perda de competitividade com o impacto tributário do novo Fator de Ajuste de Fruição (FAF), já que Santa Catarina e Paraná não têm esse aumento de carga tributária e ainda possuem fábricas de embalagens acartonadas e embalagens secundárias mais desenvolvidas que o Rio Grande do Sul. Essa perda de competitividade, aliada ao alto custo de produção, tem contribuído para a diminuição do número de produtores e do volume de leite ofertado no campo.

Para o diretor-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, o caminho é o diálogo com o Palácio Piratini para que a cadeia dos lácteos retome competitividade perante os outros estados do Sul.

"Temos que mostrar ao governo e à Secretaria da Agricultura (Seapdr) que precisamos fazer uma discussão política e de Estado para que comece a se recuperar a produção. Santa Catarina e Paraná não tiveram redução de produção tão grande quanto aqui. Alguma questão está desequilibrada", afirma ele. "O principal motivo para a redução de rebanhos e produção é a política tributária, por conta de incentivos que outros estados acabam dando aos produtos, seja com uma tarifa elétrica diferenciada, seja por taxas juros investimento diferenciadas", conclui Palharini.

De 2015 a 2021, o número de produtores de leite no Rio Grande do Sul reduziu mais de 30%, caindo de 198,4 mil para 137,4 mil. O rebanho gaúcho de vacas leiteiras também ficou menor no período, caindo de 1,4 milhão de cabeças em 2015 para 1,06 milhão no ano passado - uma redução de 25,5%.

Assim, em seis anos, o Estado perdeu quase 196 milhões de litros de leite em redução de produção anual, segundo o relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite no Estado, realizado pela Emater-RS.