Um novo modelo de captação de recursos pelos bancos para realização de financiamentos habitacionais no âmbito do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) foi anunciada oficialmente nesta sexta-feira (10/11), em evento em São Paulo, com a participação do presidente Lula.
A medida viabiliza mais recursos para financiamento habitacional e beneficia, sobretudo, as operações realizadas dentro das regras do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) para classe média, o que deve expandir o investimento no setor de construção civil e o emprego.
Dependente do dinheiro depositado nas cadernetas de poupança, os financiamentos via SFH vinham perdendo espaço no mercado à medida que os investidores diversificaram suas aplicações.
As novas regras permitirão elevam o valor máximo do imóvel financiado no SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Para o ministro das Cidades, Jader Filho, o novo modelo é uma “segunda revolução histórica no financiamento habitacional” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira, em 2009, foi o programa Minha Casa, Minha Vida que permitiu o atendimento das famílias de menor renda. Esta é voltada para a classe média, que estava sem financiamento habitacional viável. “Neste governo, ninguém fica para trás. É a síntese do dia de hoje”, afirmou durante o evento.
Veja regras:
- Valor máximo do imóvel passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões
- Famílias com renda familiar entre R$ 12 mil e R$ 20 mil terão acesso ao novo financiamento
- Operações feitas pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com juros limitados a 12% ao ano
- Caixa volta a financiar 80% do valor do imóvel
Fim do compulsório
Após um período de transição, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança será referência para uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Além disso, o valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Hoje, famílias com renda até R$ 12 mil são atendidas pelo Minha Casa, Minha Vida, com juros menores, e, desde o início do seu terceiro mandato, Lula defende alternativa de financiamento para a classe média.
A previsão é que, com essa mudança, a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
Atualmente, 65% dos recursos captados pelos bancos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário; 15% estão livres para operações mais rentáveis e 20% ficam com o Banco Central na forma de depósito compulsório.
Os financiamentos via SFH vinham perdendo espaço no mercado em meio a saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para crédito habitacional no país
Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança foram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Em 2025, caderneta já tem resgate líquido de R$ 78,5 bilhões. Entre as razões para os saques está a manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em alta, o que estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho.