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Agricultura

Sicredi projeta alta de quase 10% no crédito para a safra 25/26

Sicredi projeta alta de quase 10% no crédito para a safra 25/26
Foto: Sicredi/Divulgação
  • 02/07/2025 - 17:02

O Sicredi espera disponibilizar R$ 68 bilhões em crédito rural para a safra 25/26, representando um aumento de 9,8% em relação ao ciclo anterior.

A instituição estima que os recursos deverão ser distribuídos da seguinte forma: 36% para custeio, 36% para operações com Cédula de Produto Rural (CPR), 18% para investimentos, 7% para linhas de crédito dolarizadas e 2,2% para comercialização e industrialização. Em relação ao perfil dos produtores, 20% dos recursos devem ser destinados à agricultura familiar, 25% aos médios produtores e 12% aos demais perfis.

Durante coletiva com a imprensa, Gustavo Freitas, Diretor Executivo de Negócios, Crédito e Produtos do Sicredi, avaliou positivamente o nível de previsibilidade do Plano Safra 25/26. “Pensando de um ponto de vista prático, estamos na terceira safra deste governo. Talvez seja um plano safra que a gente tenha uma ideia mais clara de para onde vai”, afirmou.

Segundo ele, a taxa de juros mais definida neste ciclo contribui para maior clareza no planejamento. “Na safra anterior era 10,5% com expectativa de que fosse cair. Nessa safra, a gente não tinha dúvida de que a taxa seria alta”, disse.

Freitas também acredita que há risco de contingenciamentos ao longo do ciclo e associou a possibilidade à instabilidade institucional. “Não tenho a menor dúvida [de que pode haver contingenciamento]. É um momento mais difícil do ponto de vista institucional”, avaliou, destacando que espera que eventuais cortes sejam “mínimos e por curto espaço de tempo”.

Na avaliação do Sicredi, a demanda por crédito segue firme, apesar da taxa de juros. De acordo com Vitor Moraes, superintendente de Agronegócio da instituição, a projeção de aumento de quase 10% se baseia em uma expectativa de clima mais estável. “Toda projeção tem premissas. A principal é uma normalidade do ponto de vista climático”, afirmou. Moraes também destacou a força estrutural do setor. “O setor continua forte, com bons fundamentos”, completou.

Freitas reforçou a análise ao explicar que a estimativa de crescimento considera estabilidade climática e a intenção de plantio captada junto aos produtores. “Quando eu faço essa captura [de expectativa na ponta], vem uma demanda até um pouco maior que 10%”, afirmou. Ainda segundo ele, os custos de produção devem subir “um pouquinho”, mas sem alta significativa.

Entre os principais vetores de crescimento, o Sicredi aposta no avanço das operações com Cédula de Produto Rural (CPR) e nas linhas dolarizadas. A expectativa é que o volume das linhas em dólar alcance R$ 4,9 bilhões, um crescimento de 21% sobre a safra anterior. Essas operações são direcionadas a produtores ligados à exportação e representam uma alternativa mais competitiva, com custo estimado em 65% da taxa Selic e isenção de IOF.

A CPR também tem se consolidado como opção em um ambiente de juros altos. Considerada pela instituição como uma solução mais ágil e menos burocratizada, essa modalidade permite ao produtor acessar recursos com mais flexibilidade, segundo Freitas, mas ainda exigindo conformidade ambiental.